Hoje em dia é comum a busca de notícias on-line. A facilidade de contar com apenas alguns cliques do mouse para ir de uma notícia a outra atrai cada vez mais pessoas a utilizar esta ferramenta. Mas o ciberjornalismo não se limita apenas às matérias escritas, ele pode conter áudio de entrevistas em tempo real, fotos, imagens tudo que interesse ao público leitor. O crescimento desse tipo de jornalismo é visível, cada vez mais leitores e anunciantes se interessam pelo ramo. O jornalista tem mais esta ferramenta para exercer sua profissão.
Cléber Akamine, jornalista e
editor do portal EP Ribeirão (da
EPTV) é o entrevistado
escolhido para falar sobre
o assunto. Confira a entrevista
abaixo.
Qual relação o profissional de comunicação deve ter com as novas tecnologias?
O profissional de comunicação precisa conhecer e estudar as novas tecnologias. Entender a dinâmica das redes sociais e identificar semelhanças e diferenças entre uma mesma notícia publicada em diferentes mídias (móbiles, impresso, rádio e TV ), são alguns dos exemplos que certamente servirão de bagagem para que o jornalista construa uma notícia mais apropriada ao público-alvo. É preciso estar atualizado. Quem trabalha em TV, precisa acompanhar o twitter da prefeita. Quem trabalha na internet deve conhecer a interatividade e os recursos de uma TV Digital.
Com o avanço da internet, da telefonia celular, blogs, facebook, twitter, qualquer cidadão pode tornar-se um comunicador. Isso pode tornar o profissional de comunicação obsoleto?
Sim, todo cidadão é um comunicador. Porém, essa informação não tem o mesmo valor do que aquela veiculada em um meio de comunicação. Profissional de comunicação obsoleto? Não. Eu diria que este ficará ainda mais valorizado. Com esse congestionamento de informações, a tendência é de que as pessoas os bons veículos sejam cada vez mais valorizados.
Informações checadas, bem reportadas, estarão "acima" de mensagens postadas em facebooks ou twitter. Ainda sobre as redes sociais, as redações precisam (e devem) estar conectadas, já que estas, muitas vezes, servem de fontes. É um ciclo: uma pessoa posta uma foto de um acidente, por exemplo. A redação checa apura novas informações, contextualiza e faz a notícia. Os internautas, que encontraram a foto em uma rede social, geralmente vão procurar um portal para confirmar se aquela informação é verdadeira.
De que qualidade é a comunicação que está sendo construída com essas novas tecnologias?
É preciso filtrar tudo. Existem posts em Orkut, Facebook , Twitter que muitas vezes contribuem com informações e opiniões. Porém, os jornalistas não podem creditá-las como única fonte. É preciso checar, sempre! Existem ONGs, personalidades, políticos e autoridades que também contribuem. Porém, como dito anteriormente, o trabalho do jornalista é transformar essa informação em notícia.
As redes sociais favorecem a liberdade de imprensa?
Acredito que não exista essa relação. Exemplo: o profissional que deixa de escrever uma notícia por imposição de uma empresa, dificilmente divulgará aquilo que pensa em uma rede social. Ou seja, se há censura no meio profissional, haverá no pessoal também.
As novas tecnologias, sobretudo a internet, possibilitaram um maior acesso à informação, surge então o jornalismo on-line que apresenta um estilo ainda mais direto. Você acredita que o digital vai agregar ou perder espaço para o papel?
O jornalismo on-line tende a ganhar espaço cada vez mais. E, mesmo com essa audiência cada vez maior, os números mostram que os impressos também estão ganhando mais espaço, principalmente entre as classes que antes não acessavam tal tipo de informação. A ideia do jornalismo on-line, assim como a do rádio, é ser imediatista. Disponibilizar a informação em tempo real, para um público que tem essa necessidade. Aqueles que preferem ler com calma, um texto mais trabalhado, vão acompanhar pelo impresso. Há espaço para todas as mídias!
Qual o perfil que o profissional jornalista deve ter para fazer parte do mercado atual? Deixe algumas dicas para os estudantes de jornalismo.
Jornalista precisa ler, compreender e ser capaz de contar uma história. O bom jornalista é curioso. Por que os noticiários trazem a cotação do dólar todos os dias? Por que os nossos economistas estão atentos à bolsa de Tóquio? Por que os chineses querem estudar a cana-de-açúcar? Por que a prefeita da cidade decidiu trocar de partido? Por que o meu vizinho comprou mais uma caixa d'água? Aliás, qual a capa de hoje dos principais jornais? Está na hora de ler!
Equipe do EP Ribeirão
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Por Keila Barrocal
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