terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sem catástrofe

Texto feito após leitura de "A internet e o novo papel do jornalista"

É sempre bom desconfiar de uma previsão catastrófica. Raramente elas estão certas. Teses já colocaram o planeta terra, o rock, o jornal, o rádio e tantas outras coisas em cheque, mas elas seguem por aí vivas, ou no máximo, um pouco mal das pernas.

O mesmo vale para as perguntas “será que o jornalismo vai acabar?” e “como fica o jornalista nessa nova situação?”. A internet trouxe essa questão e logo a teorias pessimistas fizeram seu trabalho de sempre, prever o pior cenário. Óbvio demais.

Acho que não existe profissão mais privilegiada com a internet que o jornalismo. Embora não seja uma afirmação que possa ser feita com certeza absoluta, são muitos os benefícios que a internet gerou para os jornalistas. Ao invés de ser encarada como vilã deve se prestar mais atenção na internet como ferramenta ideal para se obter bons textos, opiniões diversas, ler qualquer jornal do mundo, achar qualquer fonte em questão de minutos, etc. Não havia essa agilidade e facilidade antes. E são artigos muito necessários para um bom profissional.

Quanto a formação, não há como desvincular. Todos os meios hoje são multimídias, pelo menos os mais relevantes. Rádio tem televisão, tem site, jornal tem vídeo na internet, etc, uma bagunça midiática. Cabe ao jornalista se inserir ali, ser bom de vídeo, saber fazer um post no ou editar uma página que sairá no jornal. Precisar ter domínio amplo das novidades técnicas, estudar cada uma que aparecer. É mais um item que não pode ser tratado como barreira. Tem que ser multimídia.

O jornalista precisa trabalhar em conjunto com seu novo aliado, precisar ser amigo da internet. Por mais que qualquer umhoje possa ser fonte de noticias tão confiáveis quanto um jornal ou mesmo tão relevante quanto um site, um profissional da informação tem o deve de estar mais conectado que qualquer outra pessoa, de ter as melhores fontes, a melhor checagem, o melhor texto, a boa relação com os leitores. Não há novidade aí.

Todos esses itens se colocados num ideal jornalístico pré-internet caberiam muito bem, mas com certeza seria muito mais difícil encontrar alguém com tantas habilidades somadas.

A rede auxilia muito mais que atrapalha e vai criar muitos bons jornalistas, assim como também cria leitores melhores, mais informados. Se hoje qualquer um pode informar, falar diretamente com o público e ter boa audiência, cabe ao jornalista mapear isso. Um bom mapa gera confiança e compreensão. Isso sempre foi uma função do jornal e continua sendo. As fontes podem falar quanto quiserem. Mapear e analisar não é trabalho delas.
Quem escreve na internet precisa ser o melhor leitor dela. Assim como o bom jornalista sempre precisou ser o melhor leitor da sociedade – não que isso seja possível, mas pelo menos como meta a se trabalhar.

É preciso trabalho e dedicação. A soma da técnica e das novidades com os mesmos códigos que ditam a vida do jornalista desde a criação da imprensa. Muito mudou, mas reduzido ao básico as coisas ainda são bem iguais. Sem catástrofe. O jornalismo vai sobrevier.

Por Vinícius Félix

seja o primeiro a comentar!

Template Minima | Adaptado por Fabrício FM Silva ^