domingo, 27 de novembro de 2011

A era do desapego.

A nossa sociedade poderia facilmente ser classificada como “a sociedade da pressa, da falta de tempo e de paciência”; isso acontece porque vivemos sem tempo e sem vontade de sermos mais participativos com o que acontece, simplesmente receptores de informações de todos os lados.

A evolução tecnológica agregou muito para que a informação fosse difundida, com o email, sites de notícias e afins. Isso foi um grande divisor de águas, na forma de se comunicar entre as pessoas, conhecendo e criando um vínculo. Mas será algo duradouro ou apenas um turbilhão. Rápido e sem aprofundamento?

Muitas vezes, não tem profundidade e muito menos apego que as pessoas teriam há algumas décadas. Esse contato foi acabando como o espaço de um disco rígido, tão rápido que muitas vezes nem percebemos, apenas quando ele chega de fato ao fim.

Relações sem “pegada” nenhuma, podem se encontrar através do nosso smartphone, informações em excesso, um tapa na cara das pessoas que cresceram com o processo de conhecimento da pessoa que poderia se tornar amigo ou algo mais.

Dizer que podemos sim ter uma relação através da tecnologia é chover no molhado, mas será que não nos tornamos frios? Uma frieza que faz com que ignoramos o prazer do beijo, do toque e muitas vezes do sexo.

Contentar-se com uma simples câmera ligada e com a pessoa do outro lado mostrando seu corpo desnudo, para provocar calafrios em quem assiste é algo contentável atualmente. Onde está o prazer dos corpos unidos? Talvez isso esteja de fato ultrapassado como a época do romantismo.

E a forma que as informações são passadas nos dias atuais, é tudo muito rápido e de várias formas, com várias linguagens do mesmo assunto, sem algo a acrescentar todas essa redundância de informações, às vezes cópias de outros veículos de informação.

Não existe nada com profundidade, nada que de fato que motive as pessoas a procurar mais a fundo certos fatos. Além disso, as pessoas também não tem o mesmo interesse que outrora e mesmo assim as informações não param de chegar, algumas vezes devagar e fragmentada como numa internet discada e outras tão rápida e sem conteúdo como os spams da nossa caixa de entrada.

Não entendi...

Milhões de sites, milhões de opiniões, milhões de informações, muitas vezes desencontradas e sem sentido, ou exatamente iguais. Esse é o caminho que a evolução tecnológica está nos levando, o caminho onde todos opinam sem embasamento só pelo senso comum.

Parece que sim, ou pelo menos a maioria, desde o “boom” em meados dos anos 90 que a internet se tornou, uma máquina de informações, você acha tudo desde coisas simples como roupas até sexo.

O empecilho de todo esse aglomerado, é uma coisinha básica o entendimento, o algo a mais, a vontade de se aprofundar em algum assunto, passar a barreira que a internet colocou, de tudo rápido e sem o gostinho de “quero mais” tornando aquela informação muitas vezes verdade para várias pessoas.

O que o futuro reserva, é uma incógnita, só que em determinado momento a correria desenfreada que nossa vida tornou-se, qualquer coisa irá passar despercebida, acabando com a sensação de saber e tudo não passará de um clique para fechar a janela, e nada mais que isso.

Por Eddie Neves

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