Nem tudo o que é oferecido pelo webjornalismo deve ser aceito como verdade absoluta, exceto para simples diversão ou entretenimento. Não acredito que a internet tenha mudado o processo jornalístico de fato, acredito sim numa usurpação jornalística por conta dos maus profissionais da área e, em questão, dos sites coorporativos que nada acrescentam além do óbvio.
Os “grandes” do webjornalismo primam a instantaneidade ao invés da qualidade no processo noticioso. O espetáculo, como nunca deixou de ser, ainda “vende” mais “informação” do que o dispensável para a construção de uma sociedade mais justa. A informação transformadora aqui perde espaço dentro dos grandes portais e os BBBs da vida ganham mais acessos, sempre.
Com isso o profissional desta roda gigante online passa a não desempenhar o real papel do jornalista, da sua função de apuração e responsabilidade social. Esse profissional se vê dentro de um grande círculo no qual todos os “clicks” remetem a um grande mosaico entrópico. Ele se torna dependente não mais das fontes primárias, mas, de outros profissionais que podem ou não serem competentes. Assim, pequenas mentiras transformam-se em verdades absolutas, ideologias empresariais são inseridas como fatos, não mais como opinião.
Diante de uma aparente insatisfação do público, que foge do mais do mesmo como o jornalismo online perdurou por anos, surgiram novos mecanismos objetivados a acabar com o distanciamento de produção e recepção. O webjornalismo e sua ferramenta que possibilita a participação efetiva de quem a lê, ao ponto deste poder interferir, inclusive, no conteúdo da informação, têm seus prós e contras. De um lado existem pessoas sérias, comprometidas e com boas intenções. Estas podem colaborar, acrescentar e contribuir de uma forma jornalística.
Do outro lado, e o que mais me preocupa de fato, existem pessoas desonestas e prontas para agirem contra os princípios éticos. As mesmas ferramentas transcritas acima são, agora, utilizadas para provocar certa insegurança midiática online. Sites invadidos, informações desencontradas e difamadoras. A transgressão dos princípios morais é afetada pela falta de fiscalização social. Todo mundo lê, todo mundo escreve. É o risco que a liberdade de expressão pressupõe quando não há, junto aos avanços tecnológicos, avanços sociais. Um exemplo, que deveria ser bom, transforma-se em ruim. A Wikipédia, site referência até mesmo para alguns estudantes universitários, vem sendo recheado com informações improcedentes. Já não é mais confiável.
O webjornalismo pode oferecer um oceano de possibilidades e quem está no mar precisa estar pronto para não se afogar. Saber nadar não significa estar livre de riscos, é apenas garantir a sobrevivência da espécie.
Mesmo com tudo isso, acredito que a internet tenha aberto uma porta para maus profissionais e junto a isso ampliado essa mesma porta para profissionais utópicos, compromissados com os fatos sociais, que utilizam esse mesmo webjornalismo para a proliferação de um espírito regionalista, que partam do micro para a construção de seres humanos melhores. Desta maneira, o advento da internet, e, suas várias formas de utilização, mudaram a maneira de reproduzir e produzir conteúdo jornalístico. Profissionais ruins e pessoas desonestas vão existir sempre. Não vamos culpar a tecnologia, mas sim, quem a usa de uma maneira ilícita e apática do ponto de vista social.
por Rodrigo Martins www.cafecomribeirao.com.br
do jornalista formado pelo Centro Universitário Barão de Mauá
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Não se afogue na web!
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